O termo “santo” ou “santidade” é algo totalmente irrelevante e estranho ao nosso tempo, à civilização e às aspirações do homem contemporâneo. Quais pais hoje em dia ambicionam fazer de seus filhos “santos”? Quais de nossas escolas e programas educacionais cultivam a santidade ou a apresentam como uma visão e um modelo? A pessoa “bem-sucedida” de nosso tempo, assim como o ideal da educação contemporânea e de nossa civilização, não é em nada a pessoa “boa e benevolente” dos tempos clássicos. Em vez disso, é aquela que consegue alcançar riqueza, conforto e ascensão social – é isso que os pais querem de seus filhos, é a isso que nossos sistemas educacionais aspiram principalmente, é isso que a mídia cultiva e é o sonho da maioria de nossa jovem geração.
De fato, em uma sociedade que considera o desemprego seu problema mais grave e é governada pela ansiedade de como aumentar sua renda per capita, falar de santos e santidade constitui um desafio – ou melhor, motivo de riso e escárnio. Dessa forma, a santidade tornou-se uma “visão esquecida”.
Esquecida, porque outrora a santidade de fato existiu; porque foi ela que inspirou nossa civilização; porque nosso povo vivia entre santos e deles extraía a medida de sua civilização; eles eram os heróis, os grandes campeões, os “jogadores de futebol famosos” e as “estrelas” daquela época. Agora, restam apenas os nomes de nossos santos, e mesmo estes foram “cortados” e alterados à moda estrangeira, enquanto as pessoas preferem celebrar, em vez da memória de seus santos, seus aniversários. Em tempos como estes, o que se pode dizer sobre a santidade? Todas as palavras cairão em ouvidos indiferentes.
Por outro lado, porém, como não falar de um assunto tão central e fundamental para a vida de um cristão? Porque sem os santos, nossa Fé é inexistente; porque se deixarmos de lado a santidade, nada restará da Igreja – apenas sua identificação com o mundo. Sua “secularização” seria inevitável.
Contudo, a santidade não é apenas “esquecida” em nossos dias; ela também é mal interpretada, sempre que e como quer que seja mencionada. Qual é o significado de “santidade” quando a vemos como uma representação do Reino de Deus, como uma experiência e um prenúncio dos Últimos Dias?
SANTIDADE MAL COMPREENDIDA
Se alguém perguntasse aleatoriamente às pessoas na rua o que, em sua opinião, significa “santidade”, a resposta que ouviria, em regra, seria a seguinte: um santo é aquele que não peca, aquele que cumpre a lei de Deus, aquele que é moral em todos os sentidos – em suma, alguém sem pecado. Às vezes, um elemento de misticismo é adicionado ao significado de santidade, segundo o qual um santo é aquele que possui experiências esotéricas, que se comunica com o “divino”, que entra em transe e vê coisas que outras pessoas não veem – em outras palavras, aquele que vivencia situações sobrenaturais e é capaz de realizar atos sobrenaturais.
Dessa forma, o significado de santidade na mente das pessoas parece estar ligado a critérios moralistas e psicológicos. Quanto mais virtuoso alguém é, mais santo é considerado. E quanto mais carismática uma pessoa é, demonstrando habilidades que as pessoas geralmente não possuem (como ler pensamentos, prever o futuro etc.), mais isso nos leva a considerá-la um “santo”. O mesmo se aplica inversamente: quando percebemos alguma falha no caráter ou comportamento de alguém (como gula, ira etc.), tendemos a excluí-la da lista de “santos”. Ou, se alguém não demonstra nenhuma habilidade sobrenatural de uma forma ou de outra, a mera ideia de que essa pessoa possa ser um santo nos parece absurda.
Essa percepção comum e difundida de santidade suscita algumas questões fundamentais, quando analisadas à luz do Evangelho, da Fé e da nossa Tradição. Mencionemos algumas delas:
1. Se a santidade se resume principalmente à observância de princípios morais, por que o fariseu foi condenado pelo Senhor, enquanto o cobrador de impostos da conhecida parábola foi absolvido? Costumamos chamar o fariseu de “hipócrita”, mas o fato é que ele não estava mentindo quando insistia que cumpria fielmente a Lei, ou que dava um décimo de sua riqueza aos pobres, ou que não deixava de observar tudo o que o Senhor exigia dele como judeu fiel. Da mesma forma, ele não estava mentindo quando caracterizou o cobrador de impostos como pecador – assim como o próprio cobrador de impostos o fez –, porque o cobrador de impostos era de fato injusto e também transgressor das regras morais.
2. Uma questão semelhante surge também do uso da palavra “santo” pelo apóstolo Paulo em suas epístolas. Ao se dirigir aos cristãos de Corinto, Tessalonicenses, Gálatas etc., Paulo os chama de “santos”. Contudo, mais adiante nessas Epístolas, ele aponta os milhares de defeitos morais daqueles cristãos, que ele censura severamente. De fato, em sua Epístola aos Gálatas, parece que o status moral dos “santos” ali era tão decepcionante que Paulo se viu compelido a escrever-lhes: “Se vocês se mordem e se devoram uns aos outros, cuidado para não se exterminarem mutuamente!”
Então, como é que os primeiros cristãos são chamados de “santos”, quando é certo que sua vida diária não se conformava com os preceitos de sua própria fé? Pergunto-me: será que alguém hoje em dia consideraria chamar algum cristão de “santo”?
3. Se a santidade estivesse ligada a carismas sobrenaturais, então seria possível buscá-la – e encontrá-la – fora da Igreja. É fato conhecido que espíritos malignos são igualmente capazes de atos sobrenaturais. Os santos não são clarividentes nem faquires, e sua santidade não é determinada por tais “carismas”. Há santos em nossa Igreja para os quais não há menção de milagres; enquanto houve pessoas que realizaram milagres e nunca foram reconhecidas como santas. São bastante interessantes as palavras do Apóstolo Paulo em sua Primeira Epístola aos Coríntios, que, como muitos hoje, se impressionou com atos sobrenaturais: “…e ainda que eu tenha fé de maneira tal que transporte os montes, se não tiver amor, nada serei…”. O próprio Senhor disse que é possível ordenar que uma montanha se mova, se você tiver fé “mesmo que seja do tamanho de um grão de mostarda”. Mas mesmo isso por si só não é prova de santidade; não é “nada”, se o pré-requisito do amor não existir – em outras palavras, se for algo que qualquer pessoa sem capacidades miraculosas possa ter. Realizar milagres e ser santidade não se relacionam, nem necessariamente coexistem.
4. Questões semelhantes também surgem quando a santidade é associada a experiências psicológicas incomuns e “místicas”. Muitas pessoas recorrem a religiões orientais para encontrar “gurus” transcendentais – homens de excepcional autodisciplina, ascese e oração; contudo, nossa Igreja não os considera santos, por mais profundas e sobrenaturais que sejam suas experiências, ou por maior que seja sua virtude.
Assim, surge a questão: existem santos fora da Igreja? Se a palavra “santo” significa aquilo em que as pessoas geralmente acreditam, como descrevemos anteriormente (isto é, um estilo de vida moral, carismas sobrenaturais e experiências sobrenaturais), então teremos que admitir que “santos” existem fora da Igreja (talvez muito mais fora da Igreja do que dentro dela). Se, por outro lado, quisermos afirmar que a santidade só é possível dentro da Igreja, então, devemos buscar o significado de “santidade” para além dos critérios que mencionamos anteriormente – em outras palavras, para além da perfeição moral e dos poderes e experiências sobrenaturais.
Vejamos, então, como a nossa Igreja percebe a santidade…
A SANTIDADE COMO EXPERIÊNCIA ECLESIAL
O termo “santo” tem uma história interessante. A raiz desta palavra helênica – (h)ágios – encontra-se no fragmento “ag”, do qual deriva toda uma série de termos, como “agnós” (=puro), “ágos” (=com conotação positiva, objeto de reverência religiosa; com conotação negativa, um miasma ou maldição). O significado mais profundo desta raiz encontra-se no verbo “άζεσθαι” (pronúncia: á-zes-thae), que significa ter temor reverencial diante de um poder místico e tremendo (Ésquilo); também, o respeito devido ao portador do Poder (Homero, Odisseia 9200 a.C.), etc. Assim, no helenismo antigo, a santidade estava ligada ao poder; àquilo que Otto chamou de “mysterium fascinosum et tremendum” – aquilo que inspirava simultaneamente atração e temor.
No Antigo Testamento, a palavra semítica traduzida (para o grego) pelos Padres da Septuaginta como “santo” (hágios) é a palavra godes, intimamente relacionada à palavra assíria kuddushu, que significa “separar, discernir radicalmente, purificar” (daí sua ligação com limpeza e castidade). As coisas santas são aquelas que se distinguem das demais – principalmente na adoração – e são dedicadas a Deus.
Assim, a Bíblia Sagrada vai além do significado psicológico que observamos nos antigos helenos (temor, reverência, respeito por um poder superior) e vincula a noção de “santo” a uma alteridade absoluta, ao Outro absoluto – algo que, por fim, leva a Bíblia Sagrada a associar o termo “santo” (=santo) ao próprio Deus – isto é, a uma transcendência absoluta – ao relacioná-lo ao mundo. Somente Deus é “santo” (santo), e, portanto, toda santidade brota D´Ele e de um relacionamento com Ele.
Para enfatizar essa crença, no Antigo Testamento, Isaías (o profeta da santidade de Deus) invoca a Deus três vezes: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Sabaoth”, que na forma hebraica de tripla repetição significa “infinitamente santo” (compare com o 777 e seu oposto, o 666, pelos quais tanta controvérsia e temor se acumulam hoje em dia).
Consequentemente, para a Bíblia Sagrada, “santidade” se refere a Deus e não a qualquer pessoa ou objeto sagrado, como no antigo helenismo; torna-se uma persona e, de fato, para os Padres da Igreja, está ligada à Santíssima Trindade, com a qual os Padres relacionaram o “três vezes Santo” do profeta Isaías. Para a fé cristã, a santidade não é centrada no homem, mas em Deus, e não depende das realizações morais do homem – por maiores que sejam –, mas da glória e da graça de Deus e do grau de nosso relacionamento pessoal com o Deus pessoal. É por essa razão que a Santa Mãe, a Theotokos, é chamada de “Pan-agia” (toda santa) ou “Yper-agia” (supremamente santa): Não por causa de Suas virtudes, mas porque, mais do que qualquer outra pessoa na História, somente Ela Se uniu pessoalmente ao Deus Santíssimo, ao dar carne e sangue ao Filho de Deus.
Para a Igreja, portanto, a santidade não é propriedade pessoal de ninguém, por mais “santo” que alguém possa ser em vida; ela tem a ver com o relacionamento pessoal de cada um com Deus. Deus, segundo a Sua própria vontade, santifica quem Ele escolhe, sem que a santidade dependa de qualquer outra coisa, a não ser da vontade daquele que está sendo santificado. Como enfatizou São Máximo, o Confessor, nós, seres humanos, não contribuímos com nada, exceto com a nossa vontade, sem a qual Deus não age; além disso, nossos trabalhos e asceses não produzem santidade como resultado, pois podem ser comprovados como palha sem valor.
Na fé cristã, essa relação da santidade com o próprio Deus leva à sua ligação com a própria glória de Deus. Santidade significa, agora, a glorificação de Deus por todo o mundo. Não é por acaso que o pedido principal na Oração do Senhor seja: “Santificado seja o Teu Nome”. Se considerarmos que essa oração é escatológica – isto é, refere-se ao estado final do mundo – torna-se óbvio que o que pedimos na Oração do Senhor é que Deus seja glorificado por todo o mundo; pelo momento vindouro em que todo o mundo clamará junto com os Querubins o que Isaías viu e ouviu em sua visão: “Santo, Santo, Santo é o Senhor Sabaoth; os céus e a terra estão cheios da Tua glória! Hosana nas alturas”.
Os santos não buscam glória pessoal, mas a glória de Deus. Deus glorifica os santos, não com a glória deles, mas com a Sua glória. Os santos são santificados e glorificados, não com uma santidade e uma glória que brotam de dentro deles, mas com a santidade e a glória do próprio Deus (observe como a iconografia bizantina representa a luz sendo direcionada externamente, sobre e para dentro dos sujeitos retratados). Isso é de especial significado para a teose dos santos.
Como elucidado durante os argumentos hesicastas do século XIV e contrariamente à teologia ocidental que falava da graça “criada” (isto é, que a graça e a glória pertencem à própria natureza do Homem, supostamente concedidas por Deus durante a Criação), a Teologia Ortodoxa – desenvolvida por São Gregório Palamas e os outros hesicastas daquela época – percebe a luz que os santos veem, bem como a glória que os envolve, como as energias “incriadas” de Deus. Isto é, como a luz e a glória do próprio Deus. Um verdadeiro santo é aquele que não busca a glória pessoal de forma alguma, mas somente a glória de Deus. Quando alguém busca a glória pessoal, perde sua santidade, porque, no fim das contas, ninguém mais é santo senão Deus. A santidade envolve participar e comungar da santidade de Deus; afinal, é isso que significa “teose” (deificação). Qualquer santidade que dependa de nossas virtudes, nossa moral, nossas qualificações, nossos trabalhos ascéticos etc. é demoníaca e nada tem a ver com a santidade de nossa Igreja. Dessas observações, torna-se óbvio que a fonte por excelência da santidade se encontra na Divina Eucaristia. Vamos elaborar um pouco mais sobre essa posição.
Afirmamos que não há outra santidade senão a de Deus, e que os santos não possuem santidade própria, mas participam da santidade de Deus. Isso significa que na Igreja não temos santos, exceto no sentido daqueles que foram santificados.
Quando, durante o século IV d.C., se debatiam sobre a divindade do Espírito Santo, o principal argumento apresentado por Santo Atanásio para provar que o Espírito Santo é Deus e não uma criação, era o de que o Espírito Santo não pode ser santificado, mas sim santifica. Se o Espírito Santo pudesse ser santificado, então seria de fato uma criação, pois as criações – e, consequentemente, os seres humanos – não santificam; elas são santificadas.
Em Sua oração magisterial, preservada no Evangelho de João e citada na primeira das “doze leituras evangélicas” da Quinta-feira Santa, Cristo dirige esta significativa frase ao Pai: “…por eles (=os discípulos e, por extensão, todas as pessoas) Eu Me santifico a Mim Mesmo, para que também eles sejam verdadeiramente santificados…”. Estas palavras foram proferidas pouco antes da Paixão e, quando relacionadas com a Última Ceia, adquirem um significado Eucarístico: com o Seu sacrifício, o Próprio Cristo (como Deus) santifica-Se (como homem), para que nós, humanos, possamos ser santificados pela Comunhão do Seu Corpo e do Seu Sangue. Com a nossa participação na Divina Eucaristia, somos santificados; isto é, tornamo-nos santos ao participarmos do único e Santo: Cristo.
Talvez na vida de um cristão não haja momento tão revelador (quanto ao que é a santidade) quanto aquele em que o sacerdote eleva o Precioso Corpo antes da Sagrada Comunhão, dizendo: “o santificado (o Corpo santo) aos santificados (os santos)” – em outras palavras, o Corpo santificado (santo) de Cristo e o Seu Sangue estão sendo oferecidos aos santificados (os “santos”), os membros da Igreja, para a comunhão. A resposta dos leigos após essas palavras é avassaladora (pois resume tudo o que dissemos anteriormente): “Só um é Santo, só um é o Senhor: Jesus Cristo, para a glorificação de Deus Pai”. Só um é verdadeiramente Santo: Jesus Cristo. Todos nós somos pecadores. E a Sua santidade não aspira a nada além da glorificação de Deus (“para a glorificação de Deus Pai…”). É nesse preciso momento que a Igreja experimenta a santidade em seu ápice. Ao confessarmos que “Um é Santo”, todas as nossas virtudes e todos os nossos valores desaparecem diante da santidade do Único Santo. Isso não significa que possamos nos aproximar da Sagrada Comunhão sem qualquer preparação prévia e esforço para uma aproximação digna. Implica, porém, que por mais que nos preparemos, não nos tornamos santos antes de receber a Comunhão. A santidade não precede a comunhão eucarística; ela a sucede. Se somos santos antes de receber a Sagrada Comunhão, então qual é o propósito da Sagrada Comunhão? Somente a nossa participação na santidade de nosso Deus nos santifica, e é isso que a Sagrada Comunhão nos oferece.
Dessa observação surge uma série de verdades relevantes para o nosso tema: A primeira é que, dessa forma, podemos compreender por que – como mencionado anteriormente em nossa homilia – nas Epístolas do Apóstolo Paulo todos os membros da Igreja são chamados de “santos”, apesar de não serem caracterizados pela perfeição moral. Dado que a “santidade” – no que diz respeito às pessoas – denota uma participação na santidade de Deus da maneira como ela é oferecida por Cristo, que se santifica com o Seu Sacrifício, então todos os membros da Igreja que participam dessa santificação podem ser chamados de “santos”.
Da mesma forma, desde os primeiros séculos da Igreja, todos os elementos da Eucaristia também receberam o nome de “santos” (os “santificados”, como acima: “os santificados para os santificados”), embora por natureza não sejam santos. E é por essa mesma razão que a Igreja conferiu, desde cedo, o título de “santo” aos bispos. Muitas pessoas se escandalizam hoje em dia quando dizemos “o santo (fulano de tal)”. Por exemplo, um certo repórter, cujo trabalho principal era expor os escândalos dos bispos, imprimiu intencionalmente a palavra “santo” entre aspas, antes do nome do bispo. Os bispos são tratados dessa maneira, não como uma indicação de suas virtudes, mas porque na Divina Eucaristia são eles que representam o Único Santo; são eles que são imagens de Cristo, que estão no lugar e à maneira de Deus, segundo Santo Inácio. É o lugar do bispo na Divina Eucaristia que justifica o título de “santo”. Antes de sofrerem a corrupção do pietismo, os ortodoxos não tinham qualquer dificuldade com a terminologia das representações e “viam” o próprio Cristo na pessoa daquele que O representava durante a Divina Liturgia, ou seja, o bispo.
Assim, a Divina Eucaristia é a “comunhão dos santos” por excelência. É a ela que aspiram os trabalhos dos ascetas, trabalhos esses que nunca são o fim, mas apenas o meio para um fim, que é a comunhão eucarística. Este ponto é esquecido e negligenciado por muitos teólogos contemporâneos, mesmo ortodoxos, que, especialmente em nossos dias, tendem a relacionar a santidade aos trabalhos ascéticos.
O caso de Santa Maria do Egito é um exemplo eloquente. Durante quarenta anos, ela trabalhou asceticamente no deserto com todas as suas forças para ser purificada de suas paixões/pecados anteriores, mas foi somente quando recebeu a Comunhão dos Dons Imaculados do santo que sua vida terrena chegou ao fim, tendo então sido santificada. O objetivo de sua ascese era a comunhão eucarística. Maria teria sido santa se tivesse sido purificada das paixões, mas não tivesse recebido a Sagrada Comunhão? A resposta é provavelmente não.
No entanto, a Divina Eucaristia é o ápice da santificação, não apenas porque oferece ao Homem a união mais perfeita e plena (física e espiritual) com o Único Santo, mas também porque representa a descrição mais perfeita do Reino de Deus; isto é, o estado em que toda a Criação estará eterna e incessantemente santificando e glorificando o “Santo, Santo, Santo Senhor Sabaoth”.
Metropolita Ioannis (Zizioulas) de Pérgamo
tradução de monja Rebeca (Pereira)







