I) Padre Nicolau Machado:
O Halloween tem origem na Irlanda.
O Samhain (palavra em gaélico irlandês pronunciada como sáwan), e posteriormente traduzido para inglês Halloween (night of hallows, ou em português a “noite das almas” que é o dia todos os Santos no calendário católico-romano). Os portugueses até celebram o dia com o “Pão por Deus”, que não tem nada de demônios pelo meio nem deuses de morte nem nada disso.
O Samhain era uma tradição irlandesa ligada ao ciclo de colheita e onde as crianças com fome iam pedir comida da última colheita porta a porta (normalmente recebiam maçãs). O próprio São Patrício, santo ortodoxo, não excluiu a tradição destas terras. As máscaras (que em nada lembravam monstros e demônios) eram usadas para as crianças não serem identificadas enquanto pediam comida. Como eram feitas à mão, com palha de aveia, pareciam assustadoras, mas era coisa rústica, talvez até feias. Não lembrava um assassinato, nem faça furando o crânio nem rosto de demônios.
A tradição do “Pão por Deus” em Portugal é uma tradição bem semelhante, só que é durante a manhã de dia 01 de Novembro e as crianças pediam pão somente, nada de “doces ou travessuras” como se faz em nossos dias.
As igrejas ortodoxas nos países anglófonos da Europa costumam não proibir a celebração do Halloween, e abrem as portas dos templos para incentivar uma interacção positiva com Deus. Tal como as outras igrejas cristãs também o fazem por lá.
Os estadunidenses é que expandiram a celebração por uma questão de lucro econômico e substituíram as velas cravadas nos nabos pelas abóboras, as maçãs por doces, máscaras de palha de aveia por máscaras de monstros, de pessoas mortas ou demônios, etc.
O Halloween é uma tradição de origem celta, anterior ao Cristianismo e posteriormente cristianizada (quando se torna na tradição de Halloween, ou seja o Dia de todos os Santos no calendário religioso ocidental).
O Halloween é uma tradição irlandesa exportada para os EUA e outros países anglofonos pela emigração maciça que houve dos irlandeses para essas terras.
Mas ao que parece perdeu nas Américas o sentido religioso e de celebração de fé. Deus é em nada lembrado neste dia. Curiosamente há indícios que praticantes e simpatizantes de magia e satanismo se regozijam muito neste dia. Não há toa há liturgias de magia e satanismo na noite de 31 de outubro.
No caso do Brasil, dois problemas:
1) Não é uma festa ou celebração de nossa cultura, portanto importada de outro país. O que para um brasileiro não faz sentido algum;
2) Nada nesta festa nos lembra ou sequer nos aproxima de Deus. Não há imagens, músicas, textos nem as fantasias nos anima a fé. Portanto, vejo como danoso e sem proveito para a vida espiritual dos cristãos ortodoxos.
II) Protopresbítero Nicolau Cristo:
Aproxima-se o chamado “Halloween”, uma celebração que tem se espalhado em muitas partes do mundo e parece divertida à primeira vista.
Mas, como filhos da Igreja Ortodoxa, devemos discriminar entre o que é inocente e o que não convém à nossa fé.
O Halloween tem origens pagãs e está cheio de símbolos ligados à morte, ao medo e à magia. Ele transforma o mal e as trevas em brincadeira, enquanto a nossa fé é fundada na Luz de Cristo Ressuscitado, que venceu a morte e nos concedeu a vida.
Por isso, não é apropriado para um cristão participar de festas que exaltam o que o Senhor venceu na Cruz.
A Igreja não vê o Halloween apenas como uma celebração cultural, mas como um costume que contradiz o espírito do Evangelho e distorce a visão cristã da morte e da ressurreição.
Neste tempo, somos chamados não a brincar com as trevas, mas a nos preparar espiritualmente para o Nascimento do nosso Salvador Jesus Cristo, que veio iluminar o mundo com a luz verdadeira.
Ensinemos às nossas crianças que a verdadeira alegria não está nas máscaras de terror, mas na espera alegre d’Aquele que traz a vida e a paz.
Cristo é a nossa vida, e Sua luz nunca se apaga.








