COMO A IGREJA ORTODOXA SE ORGANIZA?

A Igreja Ortodoxa, como todas as Igrejas Cristãs, tem seu início na identidade que confessamos no Credo: a Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica. A Igreja primitiva, presente na terra, começa com o evento de Pentecostes.

Observe o uso do termo “na terra”, que para os ortodoxos indica que a Igreja, como Corpo de Cristo, existe desde sempre. Em virtude disto, os ortodoxos usam o termo “Igreja” de forma diferente do termo “igreja”. Muitos confundem a diferença e veem a “igreja” como uma instituição caída e falível. No entanto, a Igreja eterna é pura e representa a Verdade da fé cristã. Não é por acaso que a linguagem dos ortodoxos se refere a Cristo como o Noivo e à Igreja como Sua Noiva, assim como São Paulo disse aos Efésios: “… mas eles alimentam e cuidam do seu corpo, como Cristo faz com a Igreja, pois somos membros do Seu corpo… Este é um mistério profundo, mas eu me refiro a Cristo e à Igreja.” (Ef 5:29-32)

A palavra ortodoxo é um vocábulo grego composto por Ορδο-δοξα. Ορδος significa correto ou reto e δοκα significa δοκεω, pensar, ou δοξαζω, glorificar. Portanto, pode ser traduzida tanto como pensamento correto quanto como glorificação correta. Teologia é pensar em Deus e glorificá-Lo por meio da adoração. No entanto, falsos ensinamentos, divisões e heresias que atormentavam a Igreja primitiva ameaçavam obscurecer a identidade e a pureza da Única Igreja Verdadeira, de modo que o termo ortodoxo, logicamente, passou a ser aplicado a ela. A Igreja Ortodoxa, portanto, busca proteger a Verdade contra todos os erros e heresias com o intuito de proteger seu rebanho (Romanos 16:17-20).

Hoje, muitos grupos cristãos afirmam ser os sucessores da Igreja primitiva. Para comparar o que esta Igreja primitiva acreditava e praticava originalmente com as alegações concorrentes de ensinamentos autênticos, é necessário que haja uma âncora definitiva e rastreável para a Verdade, pela qual se possa avaliar cada uma dessas alegações. A Igreja Ortodoxa, com sua longa história e riqueza de escritos (apologias) da Sagrada Escritura dos Doutores e Teólogos da Igreja, Ascetas e Padres do Deserto, Patriarcas e Bispos da Igreja, serve como essa âncora da Verdade.

IGREJA E IGREJAS

A Igreja Ortodoxa usa o termo Igreja (com “I” maiúsculo) de forma diferente do termo igreja. Muitos confundem a diferença e confundem a Igreja que Cristo estabeleceu na terra com a “igreja”, composta por uma humanidade caída e falível. A Igreja eterna é pura e representa a Verdade da fé cristã. Da perspectiva ortodoxa, a Igreja é Una, embora se manifeste em muitos lugares.

A eclesiologia ortodoxa opera com essa ideia de diversidade na unidade e unidade na diversidade. Isso significa que nenhuma tentativa deve ser feita para subordinar os muitos ao um (tal como o modelo católico romano) nem o um aos muitos (tal como o modelo protestante). Este modelo permite que cada igreja ortodoxa expresse sua herança cultural e até mesmo incorpore alguns elementos nos serviços litúrgicos e sacramentais, diversidade na unidade. Exemplos que podem incluir o uso de ramos de oliveira como coroas em um serviço de casamento ortodoxo grego e coroas de metal em um serviço de casamento ortodoxo russo, ou o uso de ramos de palmeira no Domingo de Ramos em um serviço ortodoxo grego e salgueiros-chorões em uma tradição ortodoxa russa. No entanto, as palavras de cada Serviço Divino Ortodoxo e as rubricas (ou Typikon) dos Serviços são as mesmas para qualquer igreja ortodoxa, independentemente da herança cultural, unidade na diversidade.

Cristo é a cabeça da Igreja e a Igreja é o Seu Corpo. Como afirmam os hinos da Semana Santa, temos Cristo como o Noivo e a Igreja como a Noiva. A única Igreja de Cristo está igual e plenamente presente em cada igreja porque somos todos o único Corpo de nosso Senhor. Desta forma, a Igreja Ortodoxa é uma igreja local e, ainda assim, unida pelo Bispo, é uma Igreja. Cada igreja ortodoxa individual tem um Bispo que serve como presidente eucarístico, representado pelo Presbítero (sacerdote), assistido pelo Diácono e participado pelo povo (leigos). Cada um destes trabalhando em conjunto constitui a Igreja inteira.

Sendo assim, a Igreja Ortodoxa é uma comunhão que compreende as Igrejas Hierárquicas Autocéfalas (auto-governantes) distintas entre si mas reconhecendo-se como Igrejas Cristãs Ortodoxas Canônicas.

IGREJAS AUTOCÉFALAS E SEUS PRIMAZES

Patriarcado Ecumênico de Constantinopla: Patriarca Bartolomeos I

Patriarcado de Alexandria: Papa Theodoros II

Patriarcado de Antioquia: Patriarca João X

Patriarcado de Jerusalém: Patriarca Theofilos

Patriarcado de Moscou: Patriarca Kirill I

Patriarcado da Sérvia: Patriarca Porfirije

Patriarcado da Romênia: Patriarca Daniel

Patriarcado da Bulgária: Patriarca Daniil

Patriarcado da Geórgia: Patriarca Ilia II

Igreja de Chipre: Arcebispo Chrysostomos II

Igreja da Grécia: Arcebispo Ieronimos II

Igreja da Polônia: Metropolita Sawa

Igreja da Albânia: Arcebispo Ioannis

Igreja das Terras Tchecas e Eslováquia: Metropolita Rastislav

Igreja Ortodoxa na América (autocefalia reconhecida por Moscou, Bulgária, Geórgia, Polônia e Terras Tchecas e Eslováquia): Metropolita Tikhon

Igreja Ortodoxa da Ucrânia (autocefalia reconhecida por Constantinopla, Alexandria, Chipre e Grécia): Metropolita Epiphanios

IGREJAS AUTÔNOMAS E SEUS PRIMAZES

• Igreja do Sinai: Arcebispo Damian

• Igreja da Finlândia: Metropolita Leo

• Igreja da Estônia (autonomia reconhecida por Constantinopla, mas não por Moscou): Metropolita Stephanos

• Igreja do Japão (autonomia reconhecida por Moscou, mas não por Constantinopla): Metropolita Daniel

• Igreja da China (praticamente inexistente, autonomia reconhecida por Moscou, mas não por Constantinopla)

• Igreja Ortodoxa Ucraniana (autonomia reconhecida por Moscou, mas não por Constantinopla): Metropolita Onufre

• Arquidiocese de Ohrid: Arcebispo Jovan VI

Cada Igreja constituinte é autogovernada; seu hierarca de mais alta patente, chamado Primaz (Patriarca, Metropolita ou Arcebispo) e não se reporta a nenhuma autoridade terrena superior. Cada Igreja regional é composta de Eparquias constituintes (ou Dioceses) governadas pelos seus hierarcas.

Algumas Igrejas Autocéfalas deram a uma Eparquia ou grupo de Eparquias vários graus de autonomia (governo autônomo). Essas Igrejas Autônomas mantêm vários níveis de dependência de sua Igreja-Mãe, geralmente definidas num Tomos ou outro documento de autonomia. Em muitos casos, as Igrejas Autônomas são quase completamente autogovernadas, com a Igreja-Mãe mantendo apenas o direito de nomear o Bispo de mais alto escalão (um Arcebispo ou Metropolita) da Igreja Autônoma.

A governança normal é decretada por meio de um Sínodo de Bispos dentro de cada Igreja. No caso de questões que vão além do escopo de uma única Igreja, várias Igrejas Autônomas enviam representantes para um sínodo mais amplo, às vezes suficientemente amplo para ser chamado de “Concílio Ecumênico” ortodoxo. Considera-se que esses concílios têm autoridade superior à de qualquer Igreja Autocéfala ou seu Bispo.

GOVERNANÇA DA IGREJA

A Igreja Ortodoxa é descentralizada, quer dizer, sem autoridade central, chefe terreno ou um único Hierarca com papel de liderança. Assim, a Igreja Ortodoxa usa canonicamente um sistema sinódico, que é significativamente diferente da Igreja Católica Romana, hierarquicamente organizada que segue a doutrina da Supremacia Papal.

As referências ao Patriarca Ecumênico de Constantinopla como líder são uma interpretação errônea de seu título Primer inter pares (“primeiro entre os iguais”). Seu título é mais uma honra do que uma autoridade e, de fato, o Patriarca Ecumênico não tem autoridade real sobre outras Igrejas além daquela de Constantinopolita.

As Igrejas Autocéfalas estão irmamente ligadas em plena comunhão entre si, portanto, qualquer sacerdote de qualquer uma dessas Igrejas pode ministrar legalmente a qualquer membro de qualquer uma delas, e nenhum membro de nenhuma é excluído de qualquer forma de adoração em nenhuma das outras, incluindo a recepção da Santa Eucaristia.

Infelizmente, devido a questões sócio-políticas de nossa atualidade, vivemos um período de cismas entre o Patriarcado Ecumênico e o Patriarcado de Moscou e Toda Rússia, no que concerne a questão da Ucrânia e consequentemente a Missão no continente africano. Esta falta de sinergia (e comunhão eucarística) dentre eles, leva a um cenário de ruptura em todos os contextos, principalmente na Diáspora, em nosso continente e no Brasil. Convém informar-se com o pároco responsável pela comunidade litúrgica como lidar com tal situação.

PENTARQUIA

A Igreja fundada por Cristo e santificada pelo Espírito Santo no evento de Pentecostes evoluiu por meio da evangelização dos Apóstolos. Esses Apóstolos cumpriram o Mandamento de Cristo, espalhando a fé cristã por todas as nações. Alguns dos Apóstolos mais proeminentes fundaram regiões geográficas específicas que ficaram conhecidas como Patriarcados. Esses Patriarcados, como um todo, eram conhecidos como Pentarquia e consistiam em:

  • Jerusalém – fundada pelo apóstolo Tiago;

  • Roma e Antioquia – fundadas pelo apóstolo Pedro;

  • Alexandria – fundada pelo apóstolo Marcos;

  • Constantinopla – fundada pelo apóstolo André.

O Patriarcado de Roma foi “o primeiro em lugar de honra” entre os cinco Patriarcas. O desacordo sobre os limites de sua autoridade foi uma das causas do Grande Cisma, datado de 1054, que dividiu a Igreja Cristã em Igreja Católica Romana no Ocidente, chefiada pelo Bispo de Roma, e Igreja Católica Ortodoxa, liderada pelos demais quatro Patriarcas orientais (Constantinopla, Jerusalém, Antioquia e Alexandria).

A Pentarquia foi expressa legalmente pela primeira vez pelo Imperador Justiniano I, por meio do termo para Constituições denominado Novella 131, escrita em 556 d.C, aproximadamente. Mais tarde, em 692 d.C., o Cânone 36 do Concílio Quinissexto (ou Concílio de Trullo) reconheceu e classificou formalmente os Patriarcados ou Sés (sedes) em ordem de preeminência.

Cânone 36: Renovando as promulgações dos 150 Padres reunidos na cidade imperial e protegida por Deus, e as dos 630 que se reuniram em Calcedônia; decretamos que a Sé de Constantinopla terá privilégios iguais aos da Sé da Antiga Roma, e será altamente considerada em assuntos eclesiásticos como esta, e será a segunda depois dela. Depois de Constantinopla será classificada a Sé de Alexandria, depois a de Antioquia e, por último, a Sé de Jerusalém.

A ESTRUTURA SINODAL DA IGREJA ORTODOXA

O conceito de conciliaridade é fundamental para a eclesiologia da Igreja Ortodoxa. De fato, a Igreja é, em seu cerne, sempre um sínodo, o significado literal da palavra “Ekklesia”. O conceito de conciliaridade, isto é, a abordagem conciliar ou sinodal para a gestão dos assuntos da Igreja, não se limita apenas à convocação de vários tipos de sínodos, mas inclui também todas as expressões da vida eclesiástica. Por meio da conciliaridade, expressa-se a natureza da Igreja como comunhão teantrópica em Cristo. É por isso que qualquer prática eclesiástica que não seja resultado da conciliaridade é um desvio da eclesiologia ortodoxa.

Além da convocação de sínodos, a expressão sinodal da vida eclesiástica encontra-se em cada ato de comunhão entre todos os membros do Corpo da Igreja. Ela é expressa, antes de tudo, pelos líderes das Igrejas Autocéfalas, que assim testemunham a comunhão entre elas. Manifesta-se também em cada ato de comunhão entre um Metropolita e os outros Bispos de sua província, entre um Bispo e seu Presbitério, entre um Presbítero e os leigos que compõem sua paróquia e, finalmente, entre os próprios leigos. Em todos os níveis, a Igreja funciona como sínodo, isto é, como uma comunidade de pessoas livremente reunidas em Cristo e por Ele, para que cada um ofereça seu dom para a edificação do Corpo no amor.

A conciliaridade, como modo de vida da Igreja, busca moldar a vida eclesiástica de modo a expressar fielmente sua essência e seu ethos. O modo de vida sinodal da Igreja, que atinge sua expressão máxima nos sínodos episcopais, testemunha a sinergia entre Deus e os seres humanos para a realização da salvação e a perenidade da verdade. Os sínodos vivenciam intensamente o mistério da sinergia e fundamentam sua obra nesse mistério. A experiência daqueles que participam dos sínodos é a de que cooperam com Deus na formulação e na salvaguarda da verdade da Igreja. Se o Espírito não sopra, o esforço e a indústria humanos, por si só, não podem promover o mistério da verdade divina, como refletido no cânone 66 de Cartago: “Depois de considerar e tratar de todas as coisas que parecem conduzir ao proveito da Igreja, o Espírito de Deus nos sugerindo e admoestando, decidimos agir com clemência e paz com os homens acima mencionados…”

A Igreja, ao longo da história, fez uso de uma variedade de estruturas sinodais, dependendo das circunstâncias históricas vivenciadas na época. Essas estruturas sinodais assumiram a forma de sínodos regionais, gerais, provinciais e ecumênicos, bem como sínodos que incluíam a hierarquia de um Patriarcado ou Igreja autocéfala. Além disso, também houve sínodos com um número limitado de membros de vários Patriarcados e Igrejas Autocéfalas. Este último tipo de sínodo era conhecido como sínodo “endemousa”, ou permanente. É verdade que, por vezes, a estrutura sinodal da Igreja foi expressa com exatidão, como nos sínodos provinciais, e por vezes com leniência, como nos sínodos permanentes (“endemousa”). No entanto, a convicção, particularmente no Oriente, de que a estrutura sinodal da Igreja é um princípio constitutivo, de origem divina, essencial e insubstituível, tem sido inabalável.

PRESENÇA CANÔNICA NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

 O território brasileiro reúne cinco Jurisdições Ortodoxas-Canônicas: o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla, o Patriarcado Ortodoxo de Antioquia e Todo o Oriente, o Patriarcado de Moscou e Toda Rússia, o Patriarcado da Sérvia e a Igreja Autocéfala da Polônia.

O Patriarcado Ecumênico estende seu omofórion sobre a Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires e da América do Sul e a Eparquia Ucraniana no Brasil e América do Sul.

O Patriarcado Ortodoxo de Antioquia e Todo o Oriente estende seu omofórion sobre a Arquidiocese de São Paulo e Todo Brasil e o Vicariato Patriarcal do Rio de Janeiro.

Atualmente, sete Hierarcas ortodoxos residem no Brasil:

  • o Arcebispo-Metropolitano Damaskinos (Mansour) em São Paulo, representando o Patriarcado Ortodoxo de Antioquia e Todo o Oriente;

  • o Arcebispo-Eparca Jeremias (Ferens) em Curitiba, representando a Eparquia Ucraniana no Brasil e América do Sul (Patriarcado Ecumênico);

  • o Arcebispo-Eparca Chrisóstomo (Muniz Freire) no Rio de Janeiro, representando a Eparquia do Brasil (Igreja Autocéfala da Polônia);

  • o Bispo Theodore (El-Ghandour) no Rio de Janeiro, representando o Patriarcado Ortodoxo de Antioquia e Todo o Oriente;

  • o Bispo Ambrósio (Cubas) no Recife, representando a Eparquia do Brasil (Igreja Autocéfala da Polônia);

  • o Bispo Irineo (Tamanini) em Santa Catarina, representando o Patriarcado Ecumênico;

  • o Bispo Meletios (Karkagelis) em Brasília, representando o Patriarcado Ecumênico.

Tanto o Patriarcado de Moscou e Toda Rússia como o Patriarcado da Sérvia são representados, no Brasil, por seus Vigários (na pessoa dos Reverendos Arciprestes Anatoly Topala e Alexis Pena-Alfaro, respectivamente), em obediência a seus Hierarcas, cuja sede se encontra em Buenos Aires, na Argentina.

O Brasil reúne, hoje, cerca de 80 comunidades litúrgicas canônicas. A maioria fica localizada nas regiões Sul e Sudeste, devido ao maior número de descendentes de imigrantes ortodoxos (sírio-libaneses, gregos, ucranianos e russos). As regiões do Centro-Oeste e do Nordeste reúnem algumas igrejas, missões e dois monastérios masculinos. A região Norte, no entanto, se encontra ainda sem templos ortodoxos e uma presença debilitada da vida litúrgica.

Quanto aos clérigos e monásticos, reunimos hoje no território brasileiro, aproximadamente 6 arquimandritas (donde um é missionário enviado pela OCMC), 3 hieromonges, 40 sacerdotes, 3 hierodiáconos, 6 diáconos, alguns sub-diáconos, 2 monjas. Existem ainda clérigos e monásticos brasileiros espalhados por distintos países e Jurisdições Canônicas, inclusive na Santa Montanha do Athos. O número de estudantes de teologia cursando em seminários ortodoxos no estrangeiro ainda é bem reduzido.

A Assembleia dos Bispos Ortodoxos Canônicos da América Latina, anteriormente conhecida como Assembleia Episcopal da América do Sul, é composta por todos os bispos ortodoxos ativos na América Latina, representando diversas Jurisdições. Não é, propriamente falando, um sínodo. É um dos vários órgãos semelhantes ao redor do mundo que operam na chamada “diáspora”.

A Assembleia teve início quando delegados das Igrejas Ortodoxas Autocéfalas se reuniram no Centro do Patriarcado Ecumênico em Chambésy, Suíça, de 6 a 12 de junho de 2009. Naquela ocasião, a conferência decidiu sancionar o estabelecimento de assembleias episcopais em 12 regiões da chamada diáspora ortodoxa oriental, que estão além dos limites das Igrejas Autocéfalas. Essas assembleias têm autoridade para propor futuras estruturas administrativas para a Igreja em suas respectivas regiões.

Nas Américas, duas assembleias foram estabelecidas: a Assembleia Episcopal da América do Norte e Central e a Assembleia Episcopal da América do Sul. No entanto, os hierarcas do México e da América Central solicitaram, em vez disso, a sua integração à Assembleia Sul-Americana, enquanto os bispos canadenses desejavam uma assembleia própria, separada da dos Estados Unidos. Assim, após cinco anos de reflexão e discussão, em abril de 2014, as duas assembleias foram reorganizadas em três assembleias respectivas: Assembleia dos Bispos Ortodoxos Canônicos do Canadá, Assembleia dos Bispos Ortodoxos Canônicos dos Estados Unidos da América e Assembleia dos Bispos Ortodoxos Canônicos da América Latina.

A Primeira Assembleia Episcopal das Igrejas Ortodoxas da América do Sul ocorreu de 15 a 18 de abril de 2010, na Arquidiocese de Antioquia, em São Paulo, Brasil, sob a presidência do Arcebispo Damaskinos (Mansour). A assembleia reuniu bispos de diversas Igrejas Ortodoxas do continente, incluindo os Patriarcados de Constantinopla, Antioquia, Moscou e Romênia. Dez bispos estiveram presentes, com a única ausência do bispo do Patriarcado da Sérvia, que participava da reunião do Santo Sínodo Sérvio.

O objetivo principal da assembleia foi implementar as resoluções tomadas durante a 4ª Conferência Episcopal em Chambésy, Suíça, em 2009. As discussões na assembleia incluíram a adoção de uma versão em espanhol dos documentos aprovados em Chambésy, e cada Igreja Ortodoxa da América do Sul apresentou sua situação atual. A assembleia estabeleceu um comitê executivo composto pelo Arcebispo Athenágoras, do México (Presidente do Patriarcado de Constantinopla), Antonio, do México (1º vice-presidente do Patriarcado de Antioquia), Platón, de Buenos Aires (2º vice-presidente do Patriarcado de Moscou), Siluan, de Buenos Aires (Secretário do Patriarcado de Antioquia) e Tarasios, de Buenos Aires (Membro do Patriarcado de Constantinopla). A assembleia concluiu com diversas recomendações a serem abordadas em nível interortodoxo.

Um destaque significativo do encontro foi a celebração da Divina Liturgia Dominical na Catedral de São Paulo, em Antioquia, com a presença de comunidades ortodoxas de São Paulo e representantes de diversas autoridades públicas, religiosas e sociais. A Assembleia expressou sua gratidão ao Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, por seu apoio e por sua mensagem, desejando o sucesso do encontro e seu impacto positivo nas comunidades da América do Sul. A Assembleia também agradeceu ao Arcebispo Damaskinos por sua calorosa acolhida, hospitalidade e esforços organizacionais, bem como à comunidade sírio-libanesa de São Paulo por sua gentileza e atenção aos participantes do encontro.

Desde sua isntituição, em 2010, a Conferência Episcopal Ortodoxa Latino-Americana reuni-se nas seguintes datas e locais:

  • 2010: I Encontro Preparatório da Assembleia Episcopal dos Bispos Ortodoxos da América Latina: de 15 a 18 de abril, em São Paulo, Brasil, em vista da preparação da Assembleia dos Bispos Ortodoxos Latino-americanos;

  • 2011: «II Conferência Episcopal Ortodoxa Latino-Americana»: de 02 e 06 de novembro, na cidade de Buenos Aires, Argentina;

  • 2012: «III Conferência Episcopal Ortodoxa Latino-Americana»: de  05 a 07 de novembro, na cidade de Caracas, capital da Venezuela

  • 2013: «IV Conferência Episcopal Ortodoxa Latino-Americana»: de 20 a 23 de novembro, na cidade de Curitiba-PR, Brasil;

  • 2014: «V Conferência Episcopal Ortodoxa Latino-Americana»: de 13 a 14 de novembro, na cidade de Lima, capital do Peru;

  • 2016: «VI Conferência Episcopal Ortodoxa Latino-Americana»: de 21 a 24 de janeiro, na cidade do México, DF.

  • 2017: «VII Conferência Episcopal Ortodoxa Latino-Americana»: de 9 a 13 de novembro, no Panamá.

JURISDIÇÕES E SEUS HIERARCAS

PATRIARCADO ECUMÊNICO DE CONSTANTINOPLA

ARQUIDIOCESE DE BUENOS AIRES E DA AMÉRICA DO SUL SOB O PATRIARCADO ECUMÊNICO.

BISPOS AUXILIARES PARA O BRASIL

S.E.R. Dom Irineo (Tamanini) de Tropaion – região sul do Brasil

PARÓQUIA DE SÃO SAVAS, O SANTIFICADO
END.: Rua Comendador Lustosa da Andrade 198 – Bom Retiro CEP 80520-350 – CURITIBA/PR

S.E.R. Dom Meletios (Karkagelis) de Zela – demais regiões

PARÓQUIA ORTODOXA GREGA ANUNCIAÇÃO DA THEOTOKOS END.: S.G.A.N. Quadra 910 – Módulo “B” Asa Norte
CEP 70790-100 – BRASÍLIA/DF

Biografia do Arcebispo Metropolitano D. Iosif (Bosch)

https://ecclesia.org.br/sacra-arquidiocese/metropolita/

O Arcebispo Metropolitano Iosif nasceu em Córdoba, Argentina, em 7 de setembro de 1976. Concluiu seus estudos primários e secundários no Centro Educacional San Jorge do Patriarcado de Antioquia, formando-se em 1994 com medalha de ouro.

Em 1995, Dom Kyrillos Doumat, então Bispo de Arka, o enviou à Síria para iniciar sua formação eclesiástica no Monastério de São Jorge Houmaira e na Faculdade de Teologia da Universidade de Balamand, no Líbano.

Em 1997, recebeu uma bolsa do Patriarcado Ecumênico e do Governo Helênico, a fim de iniciar sua formação acadêmica na Faculdade de Teologia Social e Pastoral da Universidade Aristotélica de Tessalônica.

No mesmo ano, por iniciativa e e com a bênção do S.S. o Patriarca Ecumênico foi ordenado diácono na Catedral Patriarcal de São Jorge, em Fanar, pelas mãos de S.E.R. o Metropolita de Sásima Mons. Gennadios Limouris, recebendo o nome Iosif.

No ano 2000, o bispo Gennadios Chrysoulakis, então arcebispo metropolitano de Buenos Aires, foi ordenado hieromonge em sua cidade natal, Córdoba. Com a permissão do Santo Sínodo, mudou-se para Freiburg, Alemanha, onde serviu como sacerdote da Igreja de São João Evangelista na metrópole alemã.

De 2002 a 2003 estudou em Roma, na Pontífice Universidade São Tomás de Aquino, onde em 2004 defendeu sua tese de mestrado sobre “A satisfação da penitência segundo Tomás de Aquino “ ( κανοποίησις τς μετάνοιας κατ τν Θ ωμν κινάτον) e continuou seus estudos de pós-graduação, defendendo sua dissertação “São João de Damasco como fonte da primeira parte da Suma Teológica de Tomás de Aquino” ογικς Σούμμας το Θωμ κινάτου). Em 2006, recebeu um diploma com honras e um mestrado da Universidade de Salônica pela sua dissertação “A Metodologia Teológica de São Pedro”. Gregório Palamas” (Γρηγορίου Παλαμ).

Em 2006 retornou à Argentina, onde em março de 2007 foi elevado à dignidade de Arquimandrita e nomeado reitor da Catedral de São Jorge em Santiago e Decano de paróquias no Chile.

Em 2008, foi nomeado reitor da Igreja de São João Batista de Córdoba e decano do centro e norte da Argentina. Em 2010 foi transferido para a Catedral da Santa Assunção de Buenos Aires e nomeado Protosyncello. 

Em 2011 apresentou Tese de Doutorado na Universidade Católica de Santo Tomás de Aquino-Angelicum, sob o título: “Traço de Damasceno ao Mestre Angélico. Uma abordagem interpretativa para o uso da teologia de S. João de Damasco na Suma Teológica de Tomás de Aquino” e foi premiado com um distinto Doutor em Teologia Católica. Em 2012, foi declarado excelente Doutor do Departamento de Teologia Pastoral e Social da Escola Teológica da Universidade Aristóteles de Salônica, após a apresentação da sua Tese intitulada: “Os textos Areopagitas na primeira parte da Suma Teológica de Tomás Tomás de Aquino”.

Em 31 de maio de 2012, no Sínodo do Patriarcado de Constantinopla, foi eleito por unanimidade bispo de Pátara, Vigário da Metropolia de Buenos Aires. 

Aos 19 de agosto de 2012 na Catedral da Dormição de Buenos Aires foi consagrado Bispo de Pátara, vigário da Metropolia de Buenos Aires, pelos Metropolitas Tarásio (Antonopoulos), de Buenos Aires, Amfilohije (Radovich) de Montenegro e Litoral (Patriarcado Sérvio), Silouan Musa, de Buenos Aires (Patriarcado de Antioquia), Elpidophoros (Lambriniadis), da Prússia, e os Bispos Athenágoras (Pekstadt) e Kirilos (Katerelos).

Em 29 de novembro de 2019, foi escolhido por unanimidade pelo Santo Sínodo do Patriarcado Ecumênico como o terceiro Arcebispo Metropolitano de Buenos Aires e América do Sul, sucedendo assim seu predecessor transferido para os Estados Unidos.

Biografia do Bispo D. Irineo (Tamanini):

 https://pt.wikipedia.org/wiki/Irineo_de_Tropaion

Nascido católico-romano, iniciou sua caminhada em direção ao Catolicismo Ortodoxo em 1997. Três anos depois, a pedido do então Vigário Geral do Brasil, Mons. Nectário, foi para a Grécia estudar a língua, teologia e aprofundar-se na cultura grega.

Em 07 e 09 de setembro de 2001 foi, respectivamente, ordenado diácono e presbítero pelo Eparca Dom Jeremias de Aspendos da Eparquia Ortodoxa Ucrânia (Patriarcado Ecumênico de Constantinopla). 

No dia 20 de dezembro de 2003, Dom Irineo foi consagrado Monge, recebendo o nome religioso de Pavlos.

Em 13 de junho de 2008 foi transferido, a pedido do Metropolita Dom Tarasisos Antonopoulos e com concordância de Dom Jeremias para a Arquidiocese Ortodoxa Grega de Buenos Aires.

Entre 2008 e 2010, cursou o Mestrado em História na Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Posteriormente, entre 2010 e 2013, concluiu o Doutorado em História pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tendo como tema a imigração de famílias ortodoxas para o Sul do Brasil.

Exerceu seu ministério sacerdotal nas Paróquias de Canoas, São José e Porto Alegre até ser nomeado Reitor Paroquial da Igreja Ortodoxa Grega São Nicolau, em 15 de março de 2011. Sua posse canônica ocorreu em 03 de abril de 2011, durante a Divina Liturgia presidida pelo Revmo. Pe. Lucas Chypriades, Vigário Geral do Brasil, que representava oficialmente o Arcebispo Dom Tarasios.

No dia 31 de março de 2013, deixou a comunidade de Florianópolis para prosseguir com o seu Pós-Doutorado  em História pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com bolsa CAPES, concluído em 2017.

Em 2018, foi nomeado Reitor Paroquial da Igreja Ortodoxa Grega São Savas, em Curitiba. 

No dia 27 de novembro de 2022, foi elevado ao grau de Arquimandrita,recebendo o novo nome de Irineo, sendo designado Vigário Arquidiocesano para o Sul do Brasil e membro da Equipe Arquidiocesana de Educação. Em 2024, terminou o seu segundo pós-doutorado pela Pontíficia Universidade Católica do Paraná, com bolsa CNPq, na área de Teologia, tendo como tema a iconografia bizantina. 

No dia 10 de janeiro de 2025, o Sacro e Santo Sínodo do Patriarcado Ecumênico o elegeu por unanimidade Bispo de Tropaion e Auxiliar da Arquidiocese de Buenos Aires e América do Sul, para o Brasil. Sua ordenação episcopal se deu em 08 de março de 2025, na cidade de Brasília no Sacro Templo da Igreja Ortodoxa Grega da Anunciação da Theotokos. Seus Bispos consagrantes foram: o Metropolita Dom Iosif (Bosch), o Arcebispo Dom Nectário Anthidonos (Patriarcado de Jerusalém), o Eparca Dom Jeremias de Aspendos e o Bispo Dom Gregório de Abidos.

Biografia do Bispo Dom Meletios (Karkagelis)

 ainda não temos texto

EPARQUIA UCRANIANA NO BRASIL E AMÉRICA DO SUL SOB O PATRIARCADO ECUMÊNICO.

Arcebispo-Eparca: S.E.R. Dom Jeremias de Aspendos (Ferens)

PANORAMA ATUAL DO CRISTIANISMO ORTODOXO CANÔNICO NO BRASIL – PARTE 03

CATEDRAL DE SÃO DEMÉTRIO
END.: Av. Cândido Hartmann, 1278 – Bigorrilho
CEP 80710-570 – CURITIBA/PR

Website: https://eparquia.wordpress.com/

YouTube: https://www.youtube.com/@eparquiaortodoxaucraniana9559

Biografia do Arcebispo-Eparca D. Jeremias (Ferens):

https://eparquia.wordpress.com/o-arcebispo/

Dom Jeremias nasceu em Papanduva – Estado de Santa Catarina (Brasil), em 29 de dezembro de 1962, filho do casal Antônio e Tereza Krochmalny Ferens. Lá mesmo iniciou seus estudos, concluindo os ensinos fundamental e médio no Paraná, onde também cursou Filosofia.

Em 1986, ingressou na Igreja Ortodoxa Ucraniana, sendo enviado para os Estados Unidos onde fez seus estudos teológicos no Seminário de Santa Sofia, em South Brook, New Jersey, formando-se em 1989. Em 1988, foi tonsurado monge, recebendo o nome religioso de Jeremias. Em 1989, recebeu as sagradas ordens do diaconato e presbiterato, na Cadedral Ortodoxa Ucraniana de São Valdomiro Magno, em New York, pelo Metropolita Mstyslav Skrypnyk que, posteriormente, em visita ao Brasil, deu posse ao padre Jeremias como pároco da Catedral São Demétrio e da Paróquia São Miguel Arcanjo, ambas em Curitiba-PR, e da Comunidade São Valdomiro Magno, em Papanduva-SC.

Durante o VI Concílio da Igreja Ortodoxa Ucraniana, realizado em Curitiba, em 1993, pelo clero e delegados de todas as paróquias presentes, foi proclamado e posteriormente nomeado Bispo Eparca da América do Sul.

Em 1995, Sua Santidade o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, o nomeou Bispo Titular de Aspendos.

Na América do Sul, reorganizou as paróquias do Brasil, Paraguai e Argentina, instituiu e construiu o Seminário Ortodoxo Ucraniano Ss. Cirillo e Metódio, em Curitiba, inaugurado em 24 de fevereiro de 2002; fundou o Instituto Ortodoxo Missionário – IOM; ordenou cinco novos sacerdotes e um diácono. Para manter a juventude junto às comunidades, providenciou a tradução para o português e adaptação musical da liturgia bizantina e demais ofícios litúrgicos.

PATRIARCADO ORTODOXO DE ANTIOQUIA E TODO O ORIENTE

Arquidiocese de São Paulo e de Todo o Brasil sob o Patriarcado Ortodoxo de Antioquia e Todo o Oriente.

Arcebispo Metropolitano: S.E.R. Dom Damaskinos (Mansour)

CATEDRAL DE SÃO PAULO
END.: Rua Vergueiro, 1515 – Paraíso
CEP 04101-000 – SÃO PAULO/SP

Website: https://www.arquidioceseortodoxa.com.br/

YouTube: https://www.youtube.com/@ArquidioceseOrtodoxaAntioquina

PANORAMA ATUAL DO CRISTIANISMO ORTODOXO CANÔNICO NO BRASIL – PARTE 02

Biografia do Arcebispo-Metropolitano D. Damaskinos (Mansour)

https://www.arquidioceseortodoxa.com.br/metropolita

O Metropolita Dom Damaskinos Mansour nasceu em Damasco – Síria, em 1949, filho de Youssef Mansour. Seu nome civil é Samih Mansour. Fez os estudos elementares na Escola São João Damasceno, em Damasco. Viveu no Líbano de 1960 a 1975; de 1960 a 1970 cursando a Escola Secundária de Balamand, no Líbano, onde foi aluno de Sua Beatitude o Patriarca Ignátios IV, que então era superior do Mosteiro e do seminário. No período de 1970 a 1974 fez os estudos acadêmicos, alcançando Licenciatura em Teologia pela Universidade de Balamand e Licenciatura em Literatura Árabe pela Universidade Libanesa de Beirute. Nessa mesma época foi professor de Catequese nas escolas da Arquidiocese de Trípoli e no Seminário Patriarcal no Líbano, sendo ordenado Diácono por Sua Beatitude, o Patriarca da Igreja Antioquina, Elias IV, em 08 de dezembro de 1974, dia da formatura.

Após a Ordenação Diaconal foi nomeado auxiliar do reitor da Faculdade Teológica São João Damasceno de Balamand e Diácono-Prefeito dos alunos, funções que continuou a exercer na Universidade de Tessalônica – Grécia, quando a Faculdade Teológica São João Damasceno foi para lá transferida devido à guerra civil no Líbano, tendo para lá retornado em 1980, quando da reabertura da Faculdade de Teologia. De 1976 a 1980 fez o Mestrado em Teologia pela Universidade de Tessalônica, na Grécia, obtendo também Licenciatura em Liturgia e Arte Bizantina na mesma e Biblioteconomia pelo Instituto de Estudos Balcânicos. Obteve Licenciatura em Música Bizantina pela Escola Eclesiástica Superior de Tessalônica, na Grécia e nesse período foi diretor e professor na extensão da Escola Teológica da Universidade de Balamand, que funcionou temporariamente na Grécia. Foi ordenado Sacerdote na Igreja de Santa Sofia, na Grécia, em 1976 pelo Metropolita Panteleimon Rodopoulos, do Patriarcado Ecumênico. De 1980 a 1988 esteve a serviço no Patriarcado Antioquino em Damasco; foi orador do Patriarcado e professor no Colégio Patriarcal e em outras escolas de Damasco.

Em 1984, pelas atividades exercidas, recebeu o título de Arquimandrita, por Sua Beatitude o Patriarca Ignátios IV. Foi diretor de coro e professor de Música Eclesiástica na Arquidiocese de Damasco e responsável pela edição e publicação do periódico semanal do Patriarcado, por quatro anos. De 1988 a 1992 foi, ainda, Vigário Arquiepiscopal da Arquidiocese de Akkar. Em 1992 foi eleito e sagrado Bispo Auxiliar para a Arquidiocese de São Paulo – Brasil. Em 1997 foi eleito unanimemente, pelo Santo Sínodo Antioquino, Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de São Paulo e todo o Brasil, sucedendo o saudoso Metropolita Dom Ignátios Ferzli, tomando posse solenemente na Catedral Ortodoxa de São Paulo. Participou de vários encontros Conciliares Ecumênicos, bem como Cristãos e Islâmicos, como representante da Faculdade Teológica de Balamand, da Arquidiocese de Akkar e do Patriarcado Antioquino. Quando chegou ao Brasil em 1992, Sua Eminência acolheu toda a comunidade sírio-libanesa, sem discriminar entre cristãos e muçulmanos, trabalhando sob uma identidade árabe-oriental única, esforçando-se por fortalecer essa unidade tanto espiritual quanto patrioticamente. A comunidade árabe se reuniu a seu lado, pois pode ver nele um Arcebispo que é pai para todos os cristãos, sejam orientais ou brasileiros, e amigo dos muçulmanos moderados.

O Metropolita Dom Damaskinos Mansour deu várias entrevistas à imprensa escrita, falada e televisiva, bem como tem publicados vários artigos de cunho religioso e político sobre a Síria, o Líbano, a Palestina e a Nação Árabe em geral, e participou ativamente, por várias vezes, nos Congressos Islâmicos da América Latina (incluso o Brasil), e Caribe. Nos anos 1990 participou, com o Clero da Catedral, do “Programa Ecumênico” exibido pela Rede Globo de Televisão durante três anos. Foi, ainda, solenemente empossado como “Irmão Mesário” da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, instituição assistencial e hospitalar fundada em 1560. É portador de várias Comendas e Condecorações nacionais e internacionais de organizações e entidades religiosas, sociais e patrióticas: Condecoração de São Sérgio, do Patriarcado de Moscou, Comenda das Ordens Cavalheirescas de Santo Amaro e de São Lázaro de Jerusalém, Condecoração da Soberana Ordem do Mérito da Fraternidade Universal, com o título de “Guardião da Harmonia e Fraternidade Universal”, Grande Colar da Academia Brasileira de Arte, Cultura e História, além de ter recebido muitas outras homenagens civis, como títulos e placas de várias paróquias e prefeituras no Brasil.

Em Agosto de 2012 recebeu o Título de Cidadão Paulistano outorgado pela Câmara Municipal de São Paulo. Recebeu a Medalha da Ordem do Ipiranga, honraria máxima do Governo do Estado de São Paulo das mãos do próprio governador Geraldo Alckmin no dia 03 de dezembro de 2017. Fala fluentemente árabe, inglês, grego e português, e tem noções de francês. Fez estudos de hebraico e aramaico. Além de seu trabalho pastoral por congregar e unir a comunidade ortodoxa no Brasil, especialmente sírio-libanesa, se dedica ainda a ser elemento de união entre todos os árabes e seus descendentes, propiciando oportunidades e ambiente para tanto, inclusive junto a entidades da comunidade, envolvendo cristãos e não cristãos. Igualmente tem se esforçado por tornar cada vez mais próximos os cristãos, com sua participação e da Igreja Antioquina, no movimento ecumênico, em várias atividades e momentos, tendo filiado a Igreja ao Movimento de Fraternidade de Igrejas Cristãs (MOFIC), representação do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC) em São Paulo, com iniciativas em comum e celebrações ecumênicas na Catedral Ortodoxa Antioquina em São Paulo, e em paróquias da Arquidiocese, e participação em celebrações e atividades em outras Igrejas cristãs, especialmente na Catedral da Sé em São Paulo. Foi eleito em 2006 como membro do Comitê Central do Conselho Mundial de Igrejas, junto ao qual atua pelo diálogo ecumênico e cooperação entre os cristãos e as várias Igrejas, em nível mundial.

Por iniciativa própria e com espírito de generosidade, propiciou a construção de escolas na Síria e Líbano, especialmente para os alunos mais necessitados, e igualmente arrecadou, com participação efetiva pessoal e da Igreja, auxílio financeiro enviado à Síria para socorro aos afligidos pelo estado de guerra que lá se estabeleceu nos últimos anos. Para tanto conclamou entidades da comunidade árabe a participar desse esforço, unindo-as numa campanha que resultou em considerável e contínua ajuda aos sírios atingidos naquele conflito, não só na forma direta de arrecadação de valores, mas também na promoção de eventos para arrecadar fundos, como, por exemplo, em uma apresentação de artistas da comunidade sírio-libanesa em prol do Hospital São Jorge de Beirute. Ainda mais, com a vinda de grande número de cidadãos sírios ao Brasil, especialmente a São Paulo, acolhidos no Brasil como refugiados, o Arcebispo envidou e envida esforços para auxiliá-los, novamente liderando atividades que envolveram e envolvem pessoas em particular e entidades da comunidade, para propiciar aos refugiados um amplo apoio, como aluguel de residência, escola para as crianças, assistência médica, encaminhamento para colocação profissional, aulas de idioma português, etc. Também é conhecida sua costumeira ajuda pessoal e através da Arquidiocese de São Paulo e todo o Brasil, para manter igrejas e mosteiros no Oriente, especialmente em momentos de maior dificuldade.

Vicariato Patriarcal do Rio de Janeiro sob o Patriarcado Ortodoxo de Antioquia e Todo o Oriente.

Vigário Patriarcal: S.E.R. Dom Theodore (El-Ghandour) de Apamea

CATEDRAL DE SÃO NICOLAU
END.: Av. Gomes Freira 569 – Centro
CEP: 20231-014 – RIO DE JANEIRO/ RJ

Facebook: https://www.facebook.com/vicariato.rio.de.janeiro

YouTube: https://www.youtube.com/@igrejaortodoxaantioquinado3996

PANORAMA ATUAL DO CRISTIANISMO ORTODOXO CANÔNICO NO BRASIL – ANEXO 01

PDF Vicariato Patriarcal Antioquino no RJ

Biogradia do Bispo D. Theodore (El-Ghandour)

THEODORE EL-GHANDOUR (RONI ELIAS EL-GHANDOUR) é Bispo Ortodoxo da Igreja Ortodoxa de Antioquia e Vigário Patriarcal Antioquino para o Rio de Janeiro. Sua cátedra se encontra na Catedral de São Nicolau, localizada no centro da cidade. Dom Theodore comemora seu por onomástico na Festa de São Teodoro de Tiro.

RONI nasceu em 27 de junho de 1977 em Zahle, na era do Patriarca Elias IV (1970–1979) e em meio à Guerra Civil do Líbano (1975–1990).

Mesmo sendo criado numa cidade onde os cristãos ortodoxos eram uma minoria face à grande comunidade latina — uma das maiores de todo o Líbano e que controlava a região durante a guerra civil —, isso não o impediu de receber uma educação cristã e poder dedicar-se à Igreja após o fim da guerra.

Ingressa no clero como Subdiácono da Arquidiocese de Zahle e Baalbek aos 25 de março de 2004, por ocasião da Festa da Anunciação. Coincidentemente, seu Arcebispo Dom Spiridião (Khoury) de Zahle (1966–2019) nascera na comunidade árabe de Uberlândia nas Minas Gerais. No ano seguinte, foi ordenado Diácono pelas mãos do mesmo hierarca.

Antes de sua ordenação, formou-se em Ciências Políticas em 1999 pela Universidade do Líbano e atuou como escoteiro durante vinte anos.

Já tonsurado no monasticismo, Dom Theodore foi ordenado ao santo sacerdócio (enquanto Hieromonge) em 13 de setembro de 2008, durante a Festa da Exaltação da Santa Cruz na Catedral de São Nicolau em Zahle, pelo Metropolita Spiridão (Khoury). Formou-se em Teologia pela Universidade Patriarcal de Balamand em 2007. Em 2011, D. Theodore foi elevado ao grau de Arquimandrita.

No final de 2017, o Santo Sínodo do Patriarcado de Antioquia elege Dom Theodore como Bispo de Apameia na Síria. Sua consagração foi feita por Sua Beatitude o Patriarca João X de Antioquia e Todo o Oriente na Igreja da Santa Cruz em Damasco aos 25 de novembro de 2017. Estando a Diocese de Apameia em exílio, Dom Theodore serviu o Patriarcado auxiliando nas tarefas de suas arquidioceses e, em abril de 2018, foi enviado como Vigário Patriarcal ao Rio de Janeiro, servindo na Catedral de São Nicolau no Rio de Janeiro.

A vinda de Dom Theodore se deu em meio à crise espiritual que se arrastava a anos no território do Rio de Janeiro. Atualmente, o Vicariato é subordinado diretamente à Santa Sé de Antioquia em Damasco. Desde sua chegada ao Brasil, Dom Theodore empenhou-se para restaurar a Ortodoxia da comunidade antioquina fluminense, construindo novas igrejas e missões, trazendo ortodoxos às ordens sacerdotais e diaconais, acolhendo interessados pela Fé e traduzindo ofícios litúrgicos para a vivificação de seu rebanho.

Recebe, em outubro de 2019 o título de Cidadão Honorário da Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Em 2024, recebe o título Doutor Honoris Causa pela Universidade Santa Úrsula do Rio de Janeiro. No mesmo ano, publica o livro “A caminho da Salvação” em português.

Destacamos dentre suas atividades:

  • Experiência em organização e gerenciamento de
    atividades para jovens (4 anos).

  • Membro do Escritório de Atividades Espirituais na Diocese de Zahle e Baalbek e, seus dependentes Grego- Ortodoxos desde 2001.

  • Escritor de artigos para vários jornais e revistas, religiosos ou não. Fundador e apresentador de programas de radio e televisão.

  • Palestrante Sobre o Natal entre os cristãos na Universidade Islâmica – Baalbek – 22/12/2016.
    Enviado oficial para participar na Confere
    ̂ncia de Desenvolvimento Agrícola entre Agricultura e Terra: Realidade, Soluções e Perspectivas- Universidade do Espírito Santo – Zahle- 27/10/2017.

  • Participante no congresso Religião e violência – PUC Rio de Janeiro- 27/05/2019. Palestrante na live Por uma conversão ecológica para o cuidado da criação durante a Semana do Tempo da Criação da Pastoral Universitária Anchieta da PUC-Rio, no dia 02/10/ 2020.

  • Convidado de honra na palestra A nova realidade e a convivência nas sociedades atuais / CONFELIBRA – Confederação Nacional das Entidades Libano Brasileiras – 21/05/2021.

  • Palestrante na live Sobre a emigração do povo de Zahle organizada pela prefeitura de Zahle 29 e 30/05/2021.

Sua Eminência fala árabe, português, francês, inglês, grego e espanhol.

PATRIARCADO DE MOSCOU E TODA A RÚSSIA

Vicariato no Brasil da Diocese da Argentina e América no Sul sob o Patriarcado de Moscou e Toda a Rússia

Bispo Eparca: S.E.R. Dom Leonid (Soldatov)

Vigário no Brasil: Arcipreste Anatoly Topala (Porto Alegre/RS)

PANORAMA ATUAL DO CRISTIANISMO ORTODOXO CANÔNICO NO BRASIL – PARTE 04

Biografia do Bispo Leonid (Soldatov)

 ainda não temos texto

PATRIARCADO DA SÉRVIA

Vicariato do Brasil da Diocese de Buenos Aires e das Américas do Sul e Central sob o Patriarcado da Sérvia

Bispo Eparca: S.E.R. Dom Kirilo (Bojovich)

Vigário no Brasil: Arcipreste Alexis Pena-Alfaro (Recife/PE)

IGREJA DA DORMIÇÃO DA MÃE DE DEUS
END.: R. Rosana Silveira, 275 – Aldeia dos Camarás
CEP: 54789-025 – Camaragibe/PE

Website: https://www.iglesiaortodoxaserbiasca.org/

YouTube: https://www.youtube.com/@igrejaortodoxaservia4863

PANORAMA ATUAL DO CRISTIANISMO ORTODOXO CANÔNICO NO BRASIL – PARTE 07

Biografia do Bispo Kirilo (Bojovich)

https://www.serborth.org/bishopsouthcentralamerica

Em 25 de maio de 2016, na Santa Assembleia dos Bispos da Igreja Ortodoxa Sérvia, o Arquimandrita Kirilo (Bojovich) foi eleito Bispo-Auxiliar da Metropolia de Montenegro e do Litoral, com o título de “Bispo de Dioclecia”. Atualmente, é o hierarca da Diocese Sérvia das Américas do Sul e Central e Administrador da Diocese de Zagreb e Ljubljana da Igreja Ortodoxa Sérvia.

O Bispo Kirilo nasceu em 4 de fevereiro de 1969 em Podgorica, filho de pais ortodoxos e quinto filho de Radul e Zorka (nascida Jovanovich).

Concluiu seus estudos elementares em Danilograd. Em 1987, serve o exército. Ao retornar, matricula-se na Faculdade de Matemática de Podgorica, concluindo-a em quatro anos. De 1993 a 2000, atua como assistente na Faculdade de Matemática Natural em Podgorica. Na mesma Faculdade prossegue seus estudos de pós-graduação. Durante esse período, foi membro de longa data do conselho da congregação da escola-igreja em Podgorica.

Em 2000, apresenta sua renúncia ao cargo na faculdade e, com a bênção de Sua Eminência, o Metropolita Amfilohije (Radovich), tornou-se noviço no Monastério de Cetinje.

Na véspera da Festa dos Santos Apóstolos Pedro & Paulo de 2004, o Metropolita Amfilohije o tonsura com o nome monástico de Kirilo. No mesmo ano, no Natal, o Metropolita Amfilohije o ordena hierodiácono.

Inicia seus estudos na Academia Espiritual de Moscou em 2005. Em 21 de maio de 2006, o Metropolita Amfilohije o ordena hieromonge. Na Academia Espiritual de Moscou, defende sua dissertação sobre o tema: “Metropolita Petar II Petrovich Njegosh como filósofo cristão”. Recebe o primeiro prêmio por sua dissertação, o Prêmio Sacerdote-Mártir Hilarion.

Em 1º de janeiro de 2009, por decisão da Santa Assembleia dos Bispos da Igreja Ortodoxa Sérvia, é nomeado professor no Seminário de São Petar de Cetinje. No mesmo ano, por decisão da Santa Assembleia dos Bispos, é nomeado professor do Seminário de São Pedro de Cetinje, onde leciona Novo Testamento.

Desde 2008 atua como editor da Svetigora – revista da Metropolia de Montenegro e do Litoral. No Domingo anterior ao Natal de 2010, o Metropolita de Amfilohije o nomeia protosyncelo.

Com a bênção do Metropolita Amfilohije, decidie continuar seus estudos na Faculdade de Teologia de Belgrado. Em 30 de junho de 2013, na cripta inferior da Catedral da Santa Ressurreição, em Podgorica, o Metropolita Amfilohije lhe concede o título de arquimandrita.

Por decisão do Bispo-Administrador da Diocese de Buenos Aires e América do Sul e Central, o Metropolita Amfilohije, é nomeado em 15 de dezembro de 2014, como Representante Episcopal da Diocese de Buenos Aires e das Américas do Sul e Central.

Após sua eleição na sessão de maio de 2016 da Assembleia dos Bispos, é consagrado em 31 de julho de 2016 na Catedral da Santa Ressurreição, em Podgorica, durante a Divina Liturgia Arquiepiscopal, oficiada por Sua Santidade o Patriarca (sérvio) Irinei.

IGREJA AUTOCÉFALA DA POLÔNIA

Eparquia do Brasil sob a Igreja Ortodoxa Autocéfala da Polônia

Arcebispo Eparca: S.E.R. Dom Chrisóstomo (Muniz Freire), Arcebispo do Rio de Janeiro e Olinda-Recife

CATEDRAL DA SANTÍSSIMA VIRGEM MARIA
END.: Rua Saint Roman, 226 – Copacabana
CEP 22.071-060 – RIO DE JANEIRO/RJ

http://www.igrejaortodoxa.com/

PANORAMA ATUAL DO CRISTIANISMO ORTODOXO CANÔNICO NO BRASIL – PARTE 05

Bispo Auxiliar: S.E.R. Dom Ambrósio (Cubas), Bispo do Recife

CATEDRAL DA TEOFANIA DA SANTÍSSIMA TRINDADE
END.: Rua Felipe Guerra, s/n. – Jardim Petrópolis, Várzea
CEP: 50.980-380 – RECIFE / PE

Biografia do Arcebispo-Eparca Chrisóstomo (Muniz Freire):

ainda não temos texto

Biografia do Bispo Ambrósio (Cubas)

ainda não temos texto